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VÍDEO: casos de roubo com morte duplicam em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Polícia Civil (Divulgação)
Câmeras de segurança gravaram momento em que suspeito de matar Nair Pigatto, 81 anos, deixava o prédio com pertences roubados da vítima

Pelo quatro ano consecutivo, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil elucidou 100% dos casos de latrocínio, o roubo com morte, em Santa Maria. Em 2020, o índice de latrocínios dobrou em relação a 2019. A cidade passou de um latrocínio em 2017 e 2018 para dois crimes em 2019 e quatro neste ano. 

Segundo a delegada Alessandra Padula, titular da Draco, em todos esses crimes, os autores já foram identificados e quase todos os envolvidos estão presos. Além dos latrocínios consumados, outros dois foram tentativas de latrocínio, que são crimes em que as vítimas ficam com lesões graves. Uma delas, está em estado vegetativo, após ser agredida a pauladas e golpes com capacete.  

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O roubo é cometido sob ameaça ou a mão armada e é durante eles que geralmente acontecem os latrocínios. Já o furto é quando o criminoso pega algo de alguém sem que a vítima tenha visto. 

O latrocínio, por sua vez, é um roubo com morte. Foram os casos de João Vieira, 77 anos, e Ailton Cardoso, 43, mortos durante assaltos em junho e julho. Porém, neste ano, dois dos quatro crimes foram cometidos após os ladrões serem flagrados furtando ou tentando furtar e acabaram agredindo as vítimas, que morreram no local do crime ou posteriormente. Esses também se caracterizaram como latrocínios. São os casos da aposentada Nair Pigatto, 81 anos, e de Olinto Berleze, 70, assassinados em suas próprias casas. 

A delegada Alessandra diz que, por conta da pandemia, os crimes tiveram uma mudança, e nos latrocínios não foi diferente. 

- A gente costuma dizer que o latrocínio é aquele roubo que não deu certo, porque o criminoso vai para roubar. O roubo é aquele crime com violência. Geralmente, ele vai com alguma arma, branca (faca) ou de fogo, para roubar e, por uma reação ou por um movimento brusco da vítima, ele é surpreendido e acaba agredindo e levando a vítima a óbito ou uma lesão grave - diz. 

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Conforme Alessandra, o que chamou a atenção em 2020 é que, nos dois primeiros crimes do ano, os bandidos tinham a intenção apenas de roubar, mas acabaram matando as vítimas. 

- Esses criminosos foram armados, com a intenção pelo menos de reagir, de mostrar a violência, que é a característica do roubo - diz. 

Os casos de Nair e Olinto foram furtos que viraram latrocínios. O criminosos pretendiam somente entrar na casa das vítimas para subtrair objetos, mas acabaram também agredindo as vítimas, que por serem idosas não resistiram.   


OS CASOS 

30 de junho  

  • João Vieira, 77 anos, foi morto com um golpe de faca no pescoço por volta das 13h em seu bar, no Bairro Nova Santa Marta. Três suspeitos foram apontados pela polícia como autores do crime

16 de julho 

  • Ailton Figueiredo Cardoso, 43 anos, foi assassinado na Rua Cruz Alta, no Bairro Caturrita, dentro do seu bar, enquanto trabalhava. O crime aconteceu por volta das 18h, quando dois suspeitos invadiram o local e levaram dinheiro do estabelecimento. Antes de fugir, um dos criminosos teria atirado na vítima que foi atingida por pelo menos um tiro no ombro esquerdo. Ele chegou a ser socorrido por populares e encaminhado para o Pronto-Atendimento Municipal (Pam) do Patronato, mas não resistiu e morreu horas depois. Três suspeitos foram apontados como autores do crime  

12 de outubro  

  • Nair Teresinha Boessio Pigatto, 81 anos, foi encontrada morta dentro do apartamento que morava na Avenida Rio Branco, no Centro. O corpo foi encontrado por volta de 7h35min pelo sobrinho da vítima. Conforme o Instituto Geral de Perícias, ela foi amordaçado no chão da sala e tinha marcas de violência. O apartamento estava revirado. Um homem de 32 anos foi identificado e preso após ser flagrado por câmeras de segurança do prédio da vítima e de diversos locais da cidade deixando o local do crime com pertences da idosa. Ele está preso preventivamente.  

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Maurício Barbosa (Bei)
Olinto Berleze foi morto com um golpe de enxada por um jovem de 21 anos que capinava na frente da casa da vítima e teria entrado na residência para tentar furtar objetos

2 de dezembro  

  • Olinto Berleze, 70 anos, foi morto com um golpe de enxada na cabeça dentro de casa na Rua Mario Druck, no Bairro Noal. Ele e um jovem de 21 anos que estaria capinando na frente da casa do idoso teriam discutido após o jovem ser flagrado dentro da casa da vítima. Após o crime, o suspeito pegou uma TV e fugiu do local. Ele foi perseguido, baleado em uma das pernas e preso na Vila Lídia por um policial que estava de folga. O televisor foi recuperado. O suspeito foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de latrocínio.
    Olinto Berleze foi morto com um golpe de enxada por um jovem de 21 anos que capinava na frente da casa da vítima e teria entrado na residência para tentar furtar objetos 

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ÍNDICE DE CRIMES  

Segundo Alessandra, o lado ruim é que, proporcionalmente, os crimes aumentaram comparados com anos anteriores. Mas, levando em conta o índice populacional da cidade em relação a outros municípios, o número de latrocínios ainda é baixo. 

- Se a gente olhar as estatísticas dos últimos anos, com um e dois latrocínios, então quatro latrocínios é um número grande. Porém, se for colocar no cenário estadual e nacional, comparar Santa Maria, a população da cidade, enfim, é um número que continua muito baixo - informa a delegada.  

TRABALHO E BONS RESULTADOS 

Os policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas estão trabalhando nas investigações dos casos deste ano e, em 100% deles, já há a autoria apontada e em quase todos, os suspeitos foram presos temporária ou preventivamente. 

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Nos dois primeiros crimes consumados, três pessoas em cada um deles foram identificadas estão respondendo na Justiça. Nos outros dois, um suspeito de casa latrocínio foi indiciado. 

Houve, ainda, duas tentativas de latrocínio neste ano. Conforme a delegada Alessandra Padula, em um, cuja vítima está em estado vegetativo, cinco pessoas foram responsabilizadas no inquérito. Em outra tentativa, a vítima sobreviveu. 

Todos os latrocínios consumados ou tentados em 2020 já têm autoria apontada.Em cinco, dos seis crimes, os suspeitos estão presos. Isso dá um índice de 83% de casos investigados e que a Justiça acatou os pedidos de prisão dos suspeitos. A delegada aguarda a decisão de outros pedidos de prisão preventiva.

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